quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

"Kafka à beira mar" (Haruki Murakami): OPINIÃO!

Confesso que comecei esta leitura com algum receio e, após ter lido algumas páginas, ainda me questionei se deveria continuar a leitura ou optar por outro livro e, passo a explicar porquê. Depois de já ter lido outros dois livros do autor Haruki Murakami ("A sul da fronteira, a oeste do sol" e "Sputnik, meu amor") considero que a escrita do autor é filosófica e peculiar. Os seus livros, na minha opinião, exigem do leitor uma concentração e atenção extras.

São livros que pela sua escrita e temáticas exigem que o leitor leia com atenção, faça pausas na leitura, reflicta sobre o que leu e o seu significado e só depois prossiga.

Mas como o desafio do mês de Novembro era ler um livro do autor Haruki Murakami enchi-me de coragem. Sim coragem porque além de ser um livro do autor Haruki Murakami também era um livro de 600 páginas: e se um livro de poucas páginas do autor já exige muito do leitor, imaginem então 600 páginas! Mas era o desafio do mês de Novembro e claro que eu não ia abandonar o desafio por prever uma leitura mais complicada e exigente.

Com alguns receios e expectativa lá comecei eu a leitura e pouco a pouco fui conhecendo a história e as personagens. Ao aperceber-me que o livro me prendia e que ficava entretida a ler 40 e 50 páginas seguidas concluí para mim mesma que este é daqueles livros que primeiro se estranha e depois se entranha.

Em "Kafka à beira mar" vamos conhecer a história do jovem Kafka Tamura: um adolescente de 15 anos que decide fugir de casa sem ter noção de que vai embarcar na aventura da sua vida: vai conhecer pessoas novas, lugares distantes e reflectir sobre a vida.

Além de Kafka vamos conhecer Nakata, um senhor idoso que, após um acidente estranho durante a infância, ficou com alguns défices a nível de linguagem e mentais. No entanto, tenho de realçar que a maneira particular de Nakata se expressar bem como a sua bondade e caractér genuíno me conquistaram, tornando-se para mim uma personagem marcante e querida.

Personagens com vidas particulares, histórias únicas marcam este livro onde acontecimentos estranhos acontecem e nos fazem questionar o sentido das coisas.

Para mim, ao finalizar a leitura de "Kafka à beira mar" só me ocorreu pensar que este é um livro sobre um jovem - Kafka Tamura - que durante as suas aventuras e desventuras fugido de casa se vai deparar com inúmeras situações que o fazem reflectir sobre si mesmo e, acima de tudo, o fazem compreeender o seu eu: quem ele é realmente.

Tal como refere no livro: "trata-se, no caso, de uma clássica (e extravagante) história de demanda e, simultaneamente, de uma arrojada exploração de tabus, só possível graças ao enorme talento de um dos maiores contadores de histórias do nosso tempo."

CLASSIFICAÇÃO: 5. Muito bom!

1 comentário:

Diana Barbosa disse...

Maria Pereira se puderes envie de novo o teu comentário que eu eliminei sem querer quando ia publicar.

Beijinho